Confira.
Algumas notícias e
impressões sobre o funeral do Pe. Quinha
Eu estava chegando a
Petrópolis quando recebi a notícia da partida do Quinha para o Paraíso. Fui imediatamente
até a Igreja próxima da casa dos seus familiares e confirmou-se: na madrugada
do dia 18/01, um infarto fulminante fez esse grande irmão partir.
E lá estava o Quinha, no caixão, no chão, com
semblante “de anjo” - como alguém afirmou -, vestido com a túnica e a estola com
o “M” de Maria que usou durante as celebrações na Escola Nacional 2013. Seu irmão
me disse: “O Quinha sempre retorna feliz de todos os encontros dos Focolares,
mas dessa vez ele voltou diferente, transformado!”. Uma amiga completou: “Ao
voltar dessa Escola ele me disse: ‘Estão precisando de padres para ajudar nas Mariápolis
permanentes, eu quero ir, mas o que fazer com as Oficinas de Jesus?’” (grupos que o Quinha iniciou para acolher e
assistir pobres que encontrava nas ruas, dependentes químicos e portadores do
vírus HIV).
A notícia espalhou-se. Vi
num poste de iluminação de um bairro da cidade um simples cartaz: “Pe. Quinha
faleceu”. A Polícia Militar tentava organizar o intenso trânsito que mudou a
rotina do bairro. Centenas de pessoas estavam na interminável fila para saudar o
“amigo”, o “confessor”, o “acolhedor”, o “louco pelos pobres”, o “vigário
paroquial”, aquele que “escutava todos”, “servia a todos”, como afirmavam. Rostos
de todas as raças, de todas as classes sociais, de Igrejas e religiões, de
lugares próximos e distantes. Pessoas chegavam e se abaixavam para “conversar”
com ele... jovens, crianças, senhoras idosas, os “assistidos” pelas Oficinas de
Jesus, gente culta, gente simples, mendigos acompanhados de seus cachorros...
todos... todos amados.
Ali estavam também o Prefeito
[que decretou luto oficial por três dias na cidade de Petrópolis], outros
políticos, religiosas, amigos de pastorais, movimentos e novas comunidades...
Também os popos, popas, gente de várias comunidades do Movimento no Rio de
Janeiro, Pe. Licinho e Pe. Leandro (Volta Redonda) que também estiveram na
Escola Nacional, e vários outros sacerdotes que conhecem a Obra.
Incontáveis as coroas de
flores que circundavam a quadra de esportes ao lado da Igreja matriz de
Itaipava. Na entrada, chamava especial atenção um lençol branco onde se lia: "Pe. Quinha, o
senhor será sempre o nosso Santo!. Os teus filhos do Sítio Nossa Senhora do Sorriso"
(um dos locais que acolhem os “assistidos” pelas Oficinas de Jesus). A faixa foi
colocada sobre o caixão, sobre o qual já estavam bandeiras de Associações eclesiais
e a do Fluminense Futebol Clube que, “quando ganhava, fazia o Quinha na missa usar
a camisa do time por debaixo da túnica”, confidenciou uma senhora.
A
missa presidida por dom Gregório Paixão, recém empossado bispo de Petrópolis,
foi concelebrada por Dom Francisco Biasin (Volta Redonda-RJ) e Dom Paulo
Machado (Uberlândia-MG), e mais de uma centena de padres e diáconos. Na homilia, dom Gregório disse: “O Pe. Quinha conseguia enxergar o ‘invisível’:
a sede de dignidade de muitos irmãos e irmãs. Ele era capaz de entregar a cada
um o seu coração cheio de Deus”. Convidado pelo bispo, o Pe. Celestino, um
sacerdote Aderente, disse que naquele momento, através do Quinha, o novo bispo
podia encontrar pela primeira vez toda a diocese de Petrópolis unida, como
deseja o novo Plano de Pastoral da
diocese. O bispo concluiu contando um trecho da história de Turandot, quando um
príncipe chinês aceita se casar com uma princesa, convidando-a para a “festa
nupcial” depois que ela, após um profundo conhecimento do amado, afirma ter se transformado na pessoa dele, não sendo mais
ela mesma. Por analogia, o bispo disse ter a certeza que o Quinha entrou para a
“festa nupcial” porque quando Jesus o chamou, ele olhou para trás e viu o
quanto havia amado a todos e respondeu: “Eu sou você, Jesus! Deixei que o meu
coração se tornasse o seu coração para muitos irmãos e irmãs”.
Pude saudar seus familiares e a sua mãe com um abraço
de todo o Movimento dos Focolares, em especial dos sacerdotes que participaram da
Escola Nacional 2013. Ela agradeceu e respondeu: “Ele voltou muito feliz dessa
Escola!”. Como uma delicadeza de Maria, de quem o Quinha falou de forma
especial durante a Escola, percebi ao lado do caixão um cesto com muitos
girassóis. Pequeno detalhe, simples, mas que fazia lembrar os
girassóis que estavam no painel “Ver Jesus, hoje”, durante a Escola.
Levando todos a experimentar em profundidade o “assim na terra como
céu”, sob um aplauso interminável, entre cânticos, lágrimas e sorrisos de
esperança, o Quinha foi levado até a sepultura com o caixão nos ombros dos “assistidos”
pelas Oficinas de Jesus, deixando-nos o testemunho de um sacerdote Voluntário plenamente
realizado que escolheu Deus e “ungiu” as estruturas da Igreja e da sociedade com
o mesmo amor de Chiara.
(Ricardo Pinto)
Padre Quinha foi um grande amigo e conselheiro durante meus anos de seminário.
ResponderExcluirA diocese perdeu um sacerdote, mas todos nós ganhamos um intercessor.
Padre Quinha, rogai por nós.
Ir. Bento Duarte - OFK
Ricardo Pinto é o padre Ricardo, oriundo de Magé e que estudou no seminário de Petropolis na turma do padre Volnei e Fabio????
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