A nossa moda tem que ser: seguir
Cristo
Monsenhor Paulo Daher
Vigário Geral da Diocese de
Petrópolis
Em todas as
idades, lugares, culturas, o ser humano gosta de imitar os outros.
Começamos
cedo, bebês, crianças, por necessidade de crescimento, imitando a voz, o jeito,
o modo de rir, as reações dos nossos familiares.
Ser diferente,
fazer o que quero, contrário do que os outros falam, pensam e fazem, parece às
vezes que temos algum problema de relacionamento. Na vida social, temos
necessidade na convivência de fazer coisas iguais aos outros.
Precisamos de
um conjunto de atitudes iguais para reforçar o sentido do lugar e do momento.
Às vezes é necessário para convencer o público da necessidade do uso. Por
exemplo, no campo da saúde, as vacinas.
E alguns
gestos ou reações são comuns. Após uma apresentação feliz de uma peça de teatro
ou musical, todos batemos palmas.
Conforme
culturas, cores que se usam, trazem um sentido próprio. O tipo de trajes em
geral pode condizer com a situação. Não gostamos de manter por muito tempo
maneira igual de ser e agir. Gostamos de mudar, de testar outras formas
diferentes. Somos atraídos por novidades, para sairmos da rotina ou como se
diz, da “mesmice”.
Os meios de
comunicação que estão muito a serviço da sociedade de consumo, estudam as
reações das pessoas frente às necessidades do que eles propõem vender. E sabem
muito bem explorar com precisão a técnica que chame à atenção de seus teleouvintes
ou leitores para atingir seus objetivos.
Vários
elementos favorecem sermos envolvidos pelas mudanças ou pelo que a moda quer
impor: a vaidade, a beleza, as aparências, a força física, o ridicularizar os
que não querem seguir. Por isso toda esta apresentação inteligente e atraente
vai e vem. Não usa a lógica existencial, mas a da utilidade do servir aos
interesses dos produtores.
Em todos os
campos a propaganda do que se quer impor tem um lugar de destaque. A saúde tem
lucrado bastante. A alimentação e os remédios variam muito. Nem sempre há
sinceridade nos objetivos das pesquisas.
Nesta dança
dos atrativos tudo entra em jogo. Coisas boas, úteis, necessárias. Aproveitando
nossas fraquezas como acima apresentamos. Lamentamos nesta corrida de
concorrência comercial, por exemplo, em relação à moda das vestes, que sejam
esquecidas as necessidades e facilidades das modas populares.
Seja em
relação às pessoas que são apresentadas, sejam a quem se dirige a propaganda.
Dá-se às vezes um espaço nobre, considerável, na televisão ou nas promoções
eventuais, para modas inacessíveis até para a grande maioria das pessoas. Modas
que raríssimas pessoas usarão, em muito poucas ocasiões.
E o povão fica
a ver navios.
Há muita
necessidade, até por direito de cidadania que aqueles (a maioria) que poderiam
conhecer moda boa e acessível não tenham chance de vê-la.
Isso até
facilitaria a venda de muitos produtos.
Uma empresária
sabendo da necessidade que as pessoas “gordas” têm de se sentirem à vontade nas
compras de suas roupas, criou a Loja das Gordinhas. Falava-me da alegria e
satisfação que elas mostravam e do à vontade, sem sentir nem um ridículo.
Todos temos o direito de sermos nós mesmos sem precisar de imitar ninguém. E quando o conjunto for necessário, optarmos por participar com os outros.
Todos temos o direito de sermos nós mesmos sem precisar de imitar ninguém. E quando o conjunto for necessário, optarmos por participar com os outros.
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