28 de dezembro de 2011

Uma árvore que cai, faz mais barulho que uma floresta que cresce.

É um prazer muito grande postar a carta do padre salesiano uruguaio Martín Lasarte, que trabalha em Angola, endereçada a um jornal norte-americano, em abril deste ano. Ao receber de um amigo um email com este conteúdo, percebi que vale a pena fazer barulho, como se esta carta caísse de forma pesada na mesa do jornalista. Nela, o sacerdote expressa os seus sentimentos diante da onda midiática despertada pelos abusos sexuais de alguns sacerdotes enquanto surpreende o desinteresse que o trabalho de milhares de religiosos em todo mundo suscita nos meios de comunicação.


Eis a carta:


“Querido irmão e irmã jornalista: sou um simples sacerdote católico. Sinto-me orgulhoso e feliz com a minha vocação. Há vinte anos vivo em Angola como missionário. Sinto grande dor pelo profundo mal que pessoas, que deveriam ser sinais do amor de Deus, sejam um punhal na vida de inocentes. Não há palavras que justifiquem estes atos. Não há dúvida de que a Igreja só pode estar do lado dos mais frágeis, dos mais indefesos. Portanto, todas as medidas que sejam tomadas para a proteção e prevenção da dignidade das crianças será sempre uma prioridade absoluta. Vejo em muitos meios de informação, sobretudo em vosso jornal, a ampliação do tema de forma excitante, investigando detalhadamente a vida de algum sacerdote pedófilo. Assim aparece um de uma cidade dos Estados Unidos, da década de 70, outro na Austrália dos anos 80 e assim por diante, outros casos mais recentes...                                                        
   
Certamente, tudo condenável! Algumas matérias jornalísticas são ponderadas e equilibradas, outras exageradas, cheias de preconceitos e até ódio.

É curiosa a pouca notícia e desinteresse por milhares de sacerdotes que consomem a sua vida no serviço de milhões de crianças, de adolescentes e dos mais desfavorecidos pelos quatro cantos do mundo!
                                                          
Penso que ao vosso meio de informação não interessa que eu precisei transportar, por caminhos minados, em 2002, muitas crianças desnutridas de Cangumbe a Lwena (Angola), pois nem o governo se dispunha a isso e as ONGs não estavam autorizadas; que tive que enterrar dezenas de pequenos mortos entre os deslocados de guerra e os que retornaram; que nós tenhamos salvo a vida de milhares de pessoas no Moxico com apenas um único posto médico em 90.000 km2, assim como com a distribuição de alimentos e sementes; que tenhamos dado a oportunidade de educação nestes 10 anos e escolas para mais de 110.000 crianças...

Não é do interesse que, com outros sacerdotes, tivemos que socorrer a crise humanitária de cerca de 15.000 pessoas nos aquartelamentos da guerrilha, depois de sua rendição, porque os alimentos do Governo e da ONU não estavam chegando ao seu destino.

Não é notícia que um sacerdote de 75 anos, o padre Roberto, percorra, à noite, a cidade de Luanda curando os meninos de rua, levando-os a uma casa de acolhida, para que se desintoxiquem da gasolina, que alfabetize centenas de presos; que outros sacerdotes, como o padre Stefano, tenham casas de passagem para os menores que sofrem maus tratos e até violências e que procuram um refúgio.

Tampouco que Frei Maiato com seus 80 anos, passe casa por casa confortando os doentes e desesperados.


Não é notícia que mais de 60.000 dos 400.000 sacerdotes e religiosos tenham deixado sua terra natal e sua família para servir os seus irmãos em um leprosário, em hospitais, campos de refugiados, orfanatos para crianças acusadas de feiticeiros ou órfãos de pais que morreram de Aids, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros de atenção a soropositivos... ou, sobretudo, em paróquias e missões dando motivações às pessoas para viver e amar.                                                                                                

Não é notícia que meu amigo, o padre Marcos Aurelio, por salvar jovens durante a guerra de Angola, os tenha transportado de Kalulo a Dondo, e ao voltar à sua missão tenha sido metralhado no caminho; que o irmão Francisco e cinco senhoras catequistas, tenham morrido em um acidente na estrada quando iam prestar ajuda nas áreas rurais mais recônditas; que dezenas de missionários em Angola tenham morrido de uma simples malária por falta de atendimento médico; que outros tenham saltado pelos ares por causa de uma mina, ao visitarem o seu pessoal. No cemitério de Kalulo estão os túmulos dos primeiros sacerdotes que chegaram à região...  Nenhum passa dos 40 anos.

Não é notícia acompanhar a vida de um Sacerdote “normal” em seu dia a dia, em suas dificuldades e alegrias consumindo sem barulho a sua vida a favor da comunidade que serve. A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa-Notícia, essa notícia que sem estardalhaço começou na noite da Páscoa. Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce.                       
 
Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes. O sacerdote não é nem um herói nem um neurótico. É um homem simples, que com sua humanidade busca seguir Jesus e servir os seus irmãos. Há misérias, pobrezas e fragilidades como em cada ser humano; e também beleza e bondade como em cada criatura... Insistir de forma obsessiva e perseguidora em um tema perdendo a visão de conjunto cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico na qual me sinto ofendido.                                                                                                    

Só lhe peço, amigo jornalista, que busque a verdade, o bem e a beleza. Isso o fará nobre em sua profissão.

Em Cristo,

Pe. Martín Lasarte, SDB.”      

Um milhão de crianças trabalham

A informação é alarmante. Com dados do IBGE, a Folha publica, hoje, reportagem que revela um volume espantoso de crianças, entre 10 e 14 anos, que trabalhava em 2010. As crianças deixam de ir à escola para trabalhar, engrossar o orçamento familiar. Este número equivale a 6% das crianças do país nesta faixa etária.  No nordeste este percentual ainda é maior, alcançando 10% do volume de crianças. Trabalham principalmente em atividades domésticas e no campo, em pequenas propriedades agrícolas familiares ou não.

O Brasil é mesmo um país do futuro!  

A pergunta é boa para você?


O que te fez feliz em 2011?

A fé em Cristo, um milagre esperado e alcançado, a esperança em um mundo melhor, uma pessoa, um lugar, um novo emprego, aumento de salário, a luta pela vida, o ......

São muitas respostas . . .  Cada uma delas com o seu valor e intensidade. 

Vale a pena, uma segunda pergunta: 

O que você deseja em 2012?

Mais fortaleza na fé, um novo trabalho, paz no mundo, salário digno,   saúde............... 

25 de dezembro de 2011

Série Natal - Amigos de Corrêas

Meu melhor Presente


Jesus foi o melhor presente, que tive neste Natal.
Sem Ele que graça teria, festa, presente, afinal?
Tudo de melhor que tenho, Ele me deu com carinho.
Meus filhos, meu alimento, minha casa, o pão e o vinho.



Foi Dele, sim, que lembrei, à meia noite de ontem.
E vocês, como passaram? Me digam logo, me contem!
Ele entregou pra vocês, o carinho que mandei?
Derramou Suas mil bênçãos, do jeito que eu lhe falei?



Ele chegou nessa noite? Ficou no seu coração?
Eu pedi tudo isso a Ele, com a maior devoção.
Eu tenho sim a certeza, de que Jesus me atendeu
E a todos os meus amigos, um presente eu sei que deu.



Vocês verão que o Ano Novo, será sim, maravilhoso!
Do jeitinho que eu pedi, muito alegre e venturoso!
Jesus nos dá mesmo tudo, basta sabermos pedir.
Peçam tudo sempre a Ele, não esqueçam de repartir.



De verdade, está com a gente, estendendo a Sua mão.
Mesmo que não o vejamos, está no nosso coração!
A estrela mostra o caminho, no céu a sinalizar;
É só seguir essa estrela, para Jesus encontrar!



 MÍRIAN WARTTUSCH 

13 de dezembro de 2011

Jubileu de Prata de Mons. José Maria Pereira

No dia 7 de dezembro, quarta-feira, foi comemorado o Jubileu de Prata de ordenação sacerdotal de Mons. José Maria Pereira, na Paroquia de São José, em Itaipava. 
Levaram o seu abraço e representaram Associação dos Antigos Alunos, Sebastião Coelho e Paulo Gimenes (Acólitos), João Sidnei (Presidente da Associação), Eraldo Bittencourt (Coordenador da Regional de Petrópolis), Geraldo Resende, Afrânio Vanzan e esposa Miriam,  Humberto Perlingeiro, Pe. Luiz Mello e Dom Gilson, que concelebrou a missa com Dom Filippo Santoro. 
A presença de representantes da Comunidade foi muito grande com faixas de agradecimento pelo trabalho de Mons. José Maria.




Mais fotos, abaixo, no MEMÓRIA/ARQUIVO/FOTO 

Despedida de Dom Filippo

No último domingo, 11 de dezembro, foi celebrada uma missa de despedida de Dom Filippo Santoro da Diocese de Petrópolis na Catedral de São Pedro de Alcântara, . 
Ele assumirá no dia 5 de janeiro, o cargo de arcebispo na Arquidiocese de Taranto, na Itália, como foi informado anteriormente pelo Amigo de Corrêas.

4 de dezembro de 2011

NATAL, um Natal outro

Com esta linda poesia de Dom Pedro Casaldáliga, iniciamos a série Natal e Ano Novo. De hoje até o fim de dezembro, postaremos mensagens dos Associados e outras que julgarmos valiosas. 

Natal, um Natal outro:
para descobrir, acolher e anunciar
o Deus-conosco, hoje, aqui;
segundo Mateus, capítulo 25.
Quem se entende com os pobres
pode-se entender com Deus.

Somente assim, feito criança,
feito Deus vindo a menos,
poderíamos te encontrar,
diariamente nosso, 
entre Belém e a Páscoa,
Jesus, o de Nazaré.

Ano Novo, Tempo Novo,
alternativo
na Política, na Economia, na Religião.
Contra os grandes projetos de morte,
o grande projeto da Vida.
Contra o consumismo depredador
entre as armas e agrotóxicos,
consumamos indignação
com ternura e militância
Vivamos em Sumak Kawsay.

Terra e Paz para o Povo Palestino,
para o Povo Kaiowá Guarani,
para todos os povos indígenas e quilombolas,
para todas as migrações do mundo,
para o bilhão de gente humana
condenada à fome.

Apesar de todas as crises,
se podemos balouçar a Deus
entre os braços de Maria e José,
não há motivo para ter medo.
Deus está ao alcance
da nossa Esperança.

Felicitação Natal 2011 e Ano Novo 2012 - Pedro Casaldáliga

Fonte:  CEBI

2 de dezembro de 2011

Jubileu Sacerdotal de Monsenhor José Maria

Monsenhor José Maria Pereira receberá os amigos, em Itaipava, na comemoração dos seus 25 anos de Ordenação Sacerdotal, na próxima quarta-feira, dia 7 de dezembro com Missa Solene na Matriz de São José de Itaipava, às 19:30 h.  


Veja nota completa, postada no dia 8 de novembro.

Advento: reavivar a esperança

Reflexão do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, publicada no jornal O SÃO PAULO, edição de 29/11/2011

Advento é um tempo bonito, alegre e marcado pela esperança; mas é breve, como nossa vida que, de fato, é o tempo real significado por este tempo litúrgico. O Advento coloca-nos no contexto das promessas de salvação, anunciadas pelos profetas e cumpridas com o envio do Salvador prometido ao mundo e sua manifestação na palavra e na ação de Jesus. É tempo de esperança e de alegria.

A celebração do Natal recorda-nos a surpreendente proximidade de Deus em relação aos homens; o Filho de Deus veio ao mundo para estar próximo de cada pessoa e para revelar-lhe humanamente o amor de Deus. Por que será que o Natal nos traz um clima geral de serenidade e paz, de alegria e fraternidade? Não será porque nos sentimos mais próximos de Deus, amados por ele e “salvos” de nossas limitações e preocupações diárias?

Mas o Advento também aponta para o futuro, para a realização plena da salvação de Deus. Desde agora, já vislumbramos, através do véu da fé, aquilo que ainda esperamos; sabemos que Deus é fiel e cumprirá suas promessas. Por isso, enquanto vivemos “de esperança em esperança”, a Igreja nos recorda sempre de novo que, durante este tempo, devemos ser operosos na prática do bem e vigilantes, para não distrair-nos, nem desviar-nos do caminho certo. O Senhor glorioso pode vir ao nosso encontro a qualquer momento e pedir contas de nossa vida; quem tiver sido fiel a Deus na vida, perseverante na prática do bem e coerente com o Reino de Deus, verá a plenitude da vida. É o que todos desejamos e buscamos!

Em nossos tempos, é muito importante recordar esse horizonte de esperança da nossa existência e a responsabilidade que todos temos de viver bem, pois a vida é dom e tarefa. Recordava o papa Bento 16, na encíclica “Spe salvi” (Salvos na esperança), que um dos aspectos mais preocupantes da cultura do nosso tempo é a ausência da esperança – daquela grande esperança, que vai além daquilo que nós mesmos podemos dar-nos e que somente Deus pode dar-nos.

Li, recentemente, a entrevista de uma pessoa que afirmava não crer em Deus e que estava bem assim: “não quero ser salva, não preciso de Deus”. Será mesmo?! Muitas vezes, o sonho inteiro de uma vida se resume em comer, beber, divertir-se, ter casa, dinheiro, saúde... São coisas boas, e quem não as quer?! Mas não são elas o objetivo da vida. Nosso coração deseja mais e continua inquieto. Não devemos enganá-lo, dando-lhe apenas “coisas” que não podem satisfazê-lo plenamente! Só Deus mesmo é o supremo bem do homem.

Pensando nisso, não deixa de preocupar que este período do ano, mais que todos, é marcado pelo consumismo desenfreado: a promessa da felicidade em cada artigo posto à venda, a corrida compulsiva às compras, a necessidade de comer e beber bastante no Natal, presentes dados e recebidos... É difícil resistir ao clima contagiante que a corrida ao consumo de bens cria; parece que a felicidade tem fórmula mágica e hora marcada para acontecer: “a gente pensa que em pacotes compra a paz”... É sempre mais evidente a perda do sentido cristão do Advento e do Natal!

O Advento cristão é um convite para ouvir mais a Palavra de Deus, rezar mais intensamente, voltar-se para os motivos mais profundos do nosso viver, fazer um balanço de nossas vidas; é tempo de acordar a esperança sobrenatural, esquecida, de praticar a solidariedade, confessar os pecados, abrir as portas e acolher o Deus-que-vem e já está no meio de nós! Não percamos de vista nossa fé e esperança!

Eis a nossa tarefa de cristãos! Não deixemos de dar nossa contribuição para uma cultura que se empobrece sempre mais e perde os altos referenciais para a vida humana. Anunciamos a dimensão sobrenatural da nossa existência e o caminho para alcançá-la. Essa luz brilhou para os pastores na noite de Belém e continua a brilhar para todos na pessoa de Jesus Cristo, “luz do mundo”!