22 de setembro de 2012


Como conversar com Deus

Monsenhor Paulo Daher


Conversar, poder conversar abre-nos caminhos para os outros.
Eu penso, eu sinto, eu planejo, eu sonho, observo a natureza, as pessoas, a vida…
E sinto necessidade de mostrar isso para alguém. E o faço conversando.
Somos seres comunicativos. Nada do que eu descubro pode ficar só para mim.
E a melhor maneira de eu desenvolver minhas qualidades é partilhar com outra pessoa.
O ver, ouvir, sentir, tocar ajudam-me a me comunicar com todos quando me sirvo da palavra, da troca de ideias e sentimentos por meio da conversa.
Hoje temos meios eficazes e rápidos para conhecer o mundo que contemos em nós e todo o universo que nos rodeia. E os fatos não ficam isolados. Tudo nos afeta de alguma maneira.
Procuramos conhecer as pessoas de modo especial conversando com elas. E cada pessoa é um mistério até para ela mesma. A convivência ajuda-nos um pouco mais a ir além das palavras e confidências.
Mas há u´a maneira melhor para entender as pessoas e os fatos que vão ocorrendo em torno de nós. É pararmos um pouco, acalmar nosso espírito, concentrando-nos sem distração. Poderia parecer absurdo mas é silenciando-nos fora e interiormente que percebemos melhor a realidade que nos cerca e o que acontece dentro de nós mesmos.
E podemos nos ajudar também com a luz da fé religiosa que nos aproxima de Deus para senti-lo e ouvi-lo. Deus em si é incomunicável na sua maneira divina de ser e agir: isto é: nós não temos capacidade de entendê-lo. Mas ele sabe como se comunicar conosco.
Mas podemos dizer que só Deus pode ensinar você a conversar com Ele. Escu¬te e responda. Aprende-se a conversar conversando.
Converse sempre com Deus, em qualquer lugar, sempre que você se lembrar dele. Converse no coração. Ninguém precisa saber que você está conversando com Deus.
De vez em quando pare um pouco, para conversar mais devagar com Deus. Para não se esquecer, tenha um horário certo para esse encontro marcado com Deus. Dê um jeito de não faltar.
Arranje um lugar quieto para conversar com Deus.
Comece pedindo que Ele ajude na conversa. Deixe um tempinho para Ele falar. Aos poucos Ele vai en¬sinar você muitos jeitos de conversar com Ele.
Para ouvir a Deus você pode ler um pouco o Evan¬gelho, ou um livro. Mas não leia só com os olhos. Leia também com a boca e o coração. Leia devagar.
Procure ver o que Deus quer de você, o que Ele acha das pessoas, dos acontecimentos e das coisas.
Vá respondendo e dizendo o que você pensa, o que você quer, o que está faltando, se você está alegre ou se está triste.
Para ajudar na conversa, você pode ir repe¬tindo bem devagar alguma oração que você sabe de cor. Ou até pode cantar alguma coisa.
De vez em quando fique em silêncio para deixar Deus falar e responder para você..
Fale também com o seu corpo. Com a sua posição mostre o que você está fazendo. Faça gestos. Feche os olhos se isso ajudar você a prestar mais atenção.
Tente conversar com Deus ! Você vai descobrir um mundo maravilhoso.

16 de setembro de 2012

Diocese de Petrópolis lança hotsite Semana Missionária


MCVanzan enviou email informando o Amigos de Corrêas sobre a reportagem publicada ontem, no jornal Tribuna de Petrópolis com padre Rogério Dias, reitor do Seminário Diocesano de Nossa Senhora do Amor Divino e coordenador do Comitê Organizador Diocesano (COD) da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, que fala sobre o lançamento pela Diocese de Petrópolis, sábado (15), do hotsite "semana missionaria", que tem o objetivo de divulgar os eventos que acontecerão entre os dias 15 e 21 de julho de 2013. Neste período a Diocese de Petrópolis deve receber cerca de 12 mil jovens peregrinos, durante a Semana Missionária, que antecede a JMJ. 

No hotsite o internauta encontra as principais informações sobre os municípios que compõem a diocese: Petrópolis, Areal, Magé, Guapimirim, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto. 


15 de setembro de 2012

Hino oficial da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 foi lançado no bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro

O lançamento do hino oficial da JMJ Rio 2013 aconteceu ontem, sexta-feira (14), no bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro com um show para milhares de jovens e transmitido para milhões de outros jovens, através das redes sociais e canais de tevês católicas de todo país. 

A letra da música com refrão, Cristo nos convida, 'Venham meus amigos!' Cristo nos envia: "Sejam missionários!", é inspirada na natureza do Rio de Janeiro, no Cristo Redentor e no tema da JMJ - "Ide e fazei discípulos entre todas as nações" - é de autoria do padre José Cândido da Silva, pároco da Paróquia São Sebastião, do bairro Barro Preto, em Belo Horizonte, MG. Padre José Cândido foi o vencedor do concurso que elegeu o hino oficial para a JMJ 2013, e é autor de muitos outros temas, http://igrejasaosebastiao.com.br/artigos.asp  


Esperança do Amanhecer 
Autor: Padre José Cândido da Silva 

Sou marcado desde sempre
com o sinal do Redentor,
que sobre o monte, o Corcovado,
abraça o mundo com Seu amor.

(Refrão)

Cristo nos convida:
"Venham, meus amigos!"
Cristo nos envia:
"Sejam missionários!"

Juventude, primavera:
esperança do amanhecer;
quem escuta este chamado
acolhe o dom de crer!
Quem nos dera fosse a terra,
fosse o mundo todo assim!
Não à guerra, fora o ódio,
Só o bem e paz a não ter fim.

Do nascente ao poente,
nossa casa não tem porta,
nossa terra não tem cerca,
nem limites o nosso amor!
Espalhados pelo mundo,
conservamos o mesmo ardor.
É Tua graça que nos sustenta
nos mantém fiéis a Ti, Senhor!

Atendendo ao Teu chamado:
"Vão e façam, entre as nações,
um povo novo, em unidade,
para mim seus corações!"
Anunciar Teu Evangelho
a toda gente é transformar
o velho homem em novo homem
em mundo novo que vai chegar.

8 de setembro de 2012

"Já notaram?" Uma reflexão sobre a intolerância de alguns setores seculares contra os cristãos


Vocês já notaram que, de uns anos para cá, a simples opinião contrária ao casamento gay, ou à legalização do aborto, passou a ser condenada sob o rótulo de “extremismo”, como se casamentos homossexuais ou abortos por encomenda não fossem novidades chocantes, revolucionárias, mas sim práticas consensuais milenares, firmemente ancoradas na História, na natureza humana e no senso comum, às quais realmente só um louco extremista poderia se opor?
Já notaram que o exibicionismo sexual em praça pública, as ofensas brutais à fé religiosa, a invasão acintosa dos templos, passaram a ser aceitos como meios normais de protesto democrático por aquela mesma mídia e por aquelas mesmas autoridades constituídas que, diante da mais pacífica e serena citação da Bíblia, logo alertam contra o abuso “fundamentalista” da liberdade de opinião?
Já notaram que o simples ato de rezar em público é tido como manifestação de “intolerância”, e que, inversamente, a proibição de rezar é celebrada como expressão puríssima da “liberdade religiosa”? (Se não notaram, vejam em http://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br/2012/08/15/brasil-e-ouro-em-intolerancia/.)
Já notaram que, após terem dado ao termo “fundamentalista” uma acepção sinistra por sua associação com o terrorismo islâmico, os meios de comunicação mais respeitáveis e elegantes passaram a usá-lo contra pastores e crentes, católicos e evangélicos, como se os cristãos fossem os autores e não as vítimas inermes da violência terrorista no mundo?
Olavo de Carvalho, Filósofo.
O que certamente não notaram é que a transição fácil dos epítetos do gênero “extremista” e “fundamentalista” para o de “terrorista” já ultrapassou até mesmo a fase das mutações semânticas para se tornar um instrumento real, prático, de intimidação estatal.
Não o notaram porque nunca foi noticiado no Brasil que, nos EUA, qualquer cristão que se oponha ao aborto ou contribua para campanhas de defesa de seus correligionários perseguidos é tido pelo Homeland Security, ao menos em teoria, como alvo preferencial para averiguações de “terrorismo” (é só ver http://touchstonemag.com/merecomments/2012/07/big-sibling-janet-napolitano-may-be-looking-for-you/), embora o número de ações terroristas cometidos até agora por esse tipo de pessoas seja, rigorosamente, zero.
Em contrapartida, qualquer sugestão de que as investigações deveriam tomar como foco principal os muçulmanos ou os esquerdistas – autores da maioria absoluta dos atentados no território americano – é condenada pelo governo e pela mídia como “hate speech”.
Nenhum membro do Family Research Council tinha jamais atirado em ninguém, nem esmurrado, nem sequer xingado quem quer que fosse, quando a ONG esquerdista South Poverty Law Center colocou aquela organização conservadora na sua “Hate List”. Quando um fanático gayzista entrou lá gritando slogans anticristãos e dando tiros em todo mundo, nem um só órgão de mídia chamou isso de “crime de ódio”.
Em todos esses casos, e numa infinidade de outros, a estratégia é sempre a mesma:quebrar as cadeias normais de associação de ideias, inverter o senso das proporções, forçar a população a negar aquilo que seus olhos veem e a enxergar, em vez disso, aquilo que a elite iluminada manda enxergar.
Não, não se trata de persuasão. As crenças assim propagadas permanecem superficiais, saindo da boca para fora enquanto as impressões que as negam continuam entrando pelos olhos e ouvidos. O que se busca é o contrário da persuasão genuína: é instilar no público um estado de insegurança histérica, em que a contradição entre o que se percebe e o que se fala só pode ser aplacada mediante o expediente de falar cada vez mais alto, de gritar aquilo que, no fundo, não se crê nem se pode crer. É um efeito calculado, uma obra de tecnologia psicológica.
O militante ideal desses movimentos não é o crente sincero, mas o fingidor histérico. O primeiro consente em mentir em favor de suas crenças, mas conserva alguma capacidade de julgamento objetivo e pode, em situações de crise, transformar-se num perigoso dissidente interno. O histérico, em vez disso, não tem limites na sua compulsão de tudo falsificar. O militante sincero usa da mentira como um instrumento tático; para o histérico, ela é uma necessidade incontornável, uma tábua de salvação psicológica.
A inversão, mecanismo básico do modus pensandi revolucionário, é acima de tudo um sintoma histérico. É por isso que há décadas os movimentos revolucionários já desistiram da persuasão racional, perderam todo escrúpulo de honorabilidade intelectual e não se vexam de agitar aos quatro ventos bandeiras ostensivamente, propositadamente absurdas e autocontraditórias.
Eles não precisam de “verdadeiros crentes”, cuja integridade causa problemas. Precisam de massas de histéricos, cheios da “passionate intensity” de que falava W. B. Yeats, prontos a encenar sofrimentos que não têm, a lutar fanaticamente por aquilo em que não creem, precisamente porque não creem e porque só a teatralização histérica mantém vivos os seus laços de solidariedade militante com milhares de outros histéricos.
Publicado no Diário do Comércio.

4 de setembro de 2012

Deus envia seus mensageiros

Mons. Paulo Daher
Muitas pessoas na história humana, mas de modo especial na história do Povo de Deus da Bíblia, foram chamados por Deus para uma missão especial no meio do povo, em nome de Deus. Nos personagens que a Bíblia apresenta no Antigo Testamento, destacam-se os patriarcas, os juízes, os profetas, os reis e pessoas que tinham uma vida humana e religiosa muito boas. Eram chamados de justos.
A partir de Cristo conhecemos pelos evangelhos a escolha que Cristo faz de pessoas para serem seus apóstolos e discípulos. No começo da Igreja de Cristo após Pentecostes, houve pessoas que cercavam os apóstolos, depois os bispos, que eram chamados de presbíteros, que significa ancião. Com o tempo os que eram encarregados pelos bispos para o trabalho pastoral junto ao povo, além de serem chamados de presbíteros eram também chamados de sacerdotes ou padres.
Que é ser Padre ? Mostrar-se Padre. Viver como Padre no mundo em que vivemos? Que é o Padre? Como definir em linhas claras a imagem fiel do Padre. Onde podemos encontrar esta imagem?
Na Bíblia colhemos elementos que nos ajudam a descobrir a imagem do Padre. O Sacerdote entre os judeus do Antigo Testamento, é aquele homem que se apresenta a Deus para interceder e apresentar oferendas por todos. É aquela pessoa que em nome de Deus transmite as mensagens divinas. Além de personagens que da tribo de Levi exerciam o sacerdócio judaico, encontramos os que faziam as vezes de sacerdote por suas atitudes e missão, como os profetas. Em o Novo Testamento, com Cristo a definição se esmera, a missão de Cristo o identifica mais claramente. A Carta aos Hebreus traz palavras próprias sobre o Sacerdócio, no c.4,14s e 5,1-10: Todo pontífice, sacerdote é escolhido entre os homens para pedir por eles, como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifícios por seus pecados e pelos pecados do povo…
O que a Igreja de Cristo pensa, como entende a escolha que Cristo faz, como prepara seus sacerdotes? Desde os começos cuidava-se da escolha da parte dos apóstolos sobre os que deviam assumir a missão de sacerdote. Houve épocas de simples aceitação de homens piedosos e pastores que levassem adiante a missão de Cristo. A história da Igreja mostra várias fases com diversidade de pessoas escolhidas ou que assumiam o sacerdócio. Nos últimos tempos os documentos da Igreja têm exigências maiores devido às grandes mudanças na vida dos povos e da sociedade.
A vida do padre é exercida num trabalho comum, simples, objetivo, abrangendo as necessidades do povo no que diz respeito aos sacramentos. A missa e os sacramentos, a Bíblia, as escolas, a catequese podem simplificar o tipo de trabalho que o padre deve fazer. A ação pastoral é exercida em setores específicos como: crianças, adolescentes, jovens, casais, famílias, idosos, doentes, pobres, meios de comunicação falada e escrita, nas regiões urbanas e rurais. A identidade do padre pode ser apresentada pela visão que o próprio povo tem do padre vigário, em todas as idades e situações. Pelo que precisa, pelo que pede ou impõe ao padre, pelo que espera dele.
Pode manifestar a imagem de Autoridade, Pai, Pastor, Amigo, Mensageiro de Deus. Incentivado de iniciativas. Animador de comunidades. Faz a todos crescer, serem eles mesmos, descobrir novos horizontes.
Sejamos agradecidos ao Senhor pelos padres que conhecemos. Vamos orar por eles.

A água que eu darei se tornará nele uma fonte...

Colaboração do associado José Pires



D. Gilson de Andrade da Silva 
" O homem espiritual - enriquecido com o dom do Espírito -  julga tudo, mas ele mesmo não é julgado por ninguém...Nós temos o pensamento de Cristo" (1Cor 2, 15-16)

Ao lado do critério de Deus que ilumina o verdadeiro sentido das coisas está a força do Espírito que liberta o coração dos filhos de Deus para trilharem os passos de Jesus em sua vida cotidiana.   
                                         

1 de setembro de 2012

Mês da Bíblia


Setembro: mês da Bíblia

 Reflexões de Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 31 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Estamos em mais um dos meses temáticos. Além dos temas dos textos bíblicos e os próprios da liturgia, a Igreja no Brasil nos sugere um assunto que perpassa todo o mês para a nossa reflexão.
Em setembro, a Igreja Católica celebra o mês da Bíblia. Esse mês temático foi criado em 1971 e ele foi escolhido porque no último domingo celebramos o Dia Nacional da Bíblia, devido à proximidade da festa de São Jerônimo, patrono dos estudos Bíblicos, no dia 30.
A cada ano um livro bíblico é aprofundado em nossas comunidades, seja pelas reuniões de grupos, seja pelas publicações, ou ainda pelas celebrações. Nesse ano, o tema deste mês é “discípulos missionários a partir do Evangelho de Marcos”. A escolha desse evangelista ocorre devido ao ano “B” da liturgia dominical, que contempla a leitura desse texto. Já está previsto para os próximos anos seguir o mesmo tema à luz do evangelho do domingo: Lucas, Mateus e depois, em 2015, João.
Graças aos apóstolos, mais próximas testemunhas que viveram com Jesus Cristo, chegam até nós a Boa-Notícia da Salvação proclamada pelo Filho de Deus. Assim se expressa São Pedro: "Senhor, para quem iremos nós? Só Tu tens palavras de vida eterna?" (Jo 6, 68).
Fé na Palavra, que é viva! O Verbo é o prório Cristo: Ele é a Palavra viva! A Bíblia, ou Sagrada Escritura, é como uma carta enviada, que hoje atualizamos com a prática da fé, à luz da Tradição da Igreja e do Magistério Pontifício. É a Sua Palavra viva e eficaz.
O que a Palavra de Deus me diz, ainda hoje, aqui e agora? Deus fala, ainda hoje, e as palavras são dirigidas a todas as pessoas. Este é o grande mistério da Palavra de Deus. Para cada um dirige pessoalmente a sua voz.
Essa verdade tem consequências enormes. Você precisa ter consciência do que Deus diz na Palavra, a fim de não perder esses momentos especiais. É então que se faz necessário perguntar: O que Deus diz para mim, hoje?
Fé na Palavra, que dá a vida! A Palavra que é dirigida a mim, pessoalmente, é a fonte da verdadeira vida. A Palavra deve ser assumida com uma fé profunda, que é sempre dirigida a mim – aqui e agora!!
 Encontro com a Palavra viva: sobre o tema, a verdadeira escola de escuta e oração, o Papa João Paulo II, em sua Cartapara o terceiro milénio, Novo millennio ineunte, nos lembra este verdadeiro programa de pastoral. Ele escreve: "É necessário que a escuta da Palavra de Deus deve tornar-se uma vida de acordo com a tradição antiga e sempre válida da lectio divina, para ajudar a encontrar o texto bíblico como Palavra viva que interpela, orienta e plasma a existência". Este foi o método escolhido para ser seguido pelos nossos círculos bíblicos.  É também o capítulo IV de nosso 11º Plano de Pastoral de Conjunto: “A Palavra de Deus: lugar Privilegiado para o Encontro com Jesus Cristo”.
A Palavra é uma palavra constantemente presente. Jesus envia seus discípulos a todo o mundo, ordena-lhes fazer discípulos entre as nações por onde passaram, a pregar a Palavra exatamente como foi comunicada a eles.
Ler a Bíblia supõe abertura a ação do Espírito Santo, mas também aprofundamentos. São importantes alguns estudos preliminares que fornecem uma visão geral das informações básicas sobre o ambiente em que o livro foi escrito. Por isso, é preciso conhecer o contexto mais amplo da Bíblia. Este contexto irá variar dependendo de qual livro queremos ler.
Por exemplo: é óbvio que devemos ler os Evangelhos com uma ótica diferente como lemos o livro do Apocalipse. Esta preparação é ainda mais necessária no caso do Antigo Testamento, que contém uma série de textos escritos dentro de uma cultura muito antiga. Novas traduções são fornecidas e somos ajudados com os comentários de rodapé ou à margem do texto. Recorrer aos Dicionários Bíblicos também nos complementa a ter uma visão mais ampla dos temas e situações. Estes materiais nos ajudam para a leitura individual. Nesse aspecto, vale a pena mencionar dois princípios básicos de leitura da Bíblia. Na sua base, há uma regra geral que diz que toda a Bíblia é um farol para os seres humanos. Assim, o primeiro e fundamental princípio para se ler a Bíblia é este: cada declaração das Escrituras considera o contexto em que ela ocorre.
A segunda regra aplica-se a ter em conta os diferentes tipos de passagens literárias da Bíblia. Quem já teve até mesmo um contato superficial com várias obras literárias sabe que o caminho para ler e interpretar tais documentos, ou prosa (como o romance) e poesia é uma forma diferente. Os autores bíblicos também se beneficiaram de uma grande variedade de gêneros literários. Na Bíblia, encontramos textos poéticos (por exemplo, Salmos); encontramos fragmentos de documentos oficiais (por exemplo, no livro de Esdras, Macabeus); encontramos fragmentos de narrativa (por exemplo, em Atos dos Apóstolos). Cada leitura é um pouco diferente. E é necessário evitar o maior perigo na leitura da Bíblia, que é a interpretação fundamentalista. Esta interpretação é de significado literal de cada uma das frases das Escrituras, sem levar em conta as implicações históricas da criação do texto. A leitura fundamentalista da Bíblia enfatiza a interpretação literal. Necessitamos descobrir o que está na narrativa bíblica e que é o mais importante, a saber – a mensagem de levar o homem para a salvação.
O nosso dia deveria começar com a leitura da Palavra. A tradição da Igreja nos coloca os salmos para a oração da Liturgia das Horas. É, pois, importante que o iniciemos com a leitura orante da Palavra de Deus, algo que vai proteger o nosso coração durante o dia, como Maria, que mantinha tudo no seu coração. Armanazenar a Palavra logo de manhã para irmos “ruminando” durante todo o dia. No final do mergulho na meditação, iniciamos um novo dia com todos os problemas que ele traz, mas no coração temos uma palavra, ou pelo menos um de seus versos, algo recebido e acolhido a partir da leitura.
Na liturgia da missa os vários textos se complementam e na sequência nos ajudam a mergulhar ainda mais no mistério.
Que no mês da Bíblia, em nossas vidas, em nossas famílias, em nossas comunidades e principalmente na animação do nosso círculo bíblico possamos cada vez mais colocar a Palavra de Deus como centro de nossa ação evangelizadora.
† Orani João Tempesta, O. Cist.
  Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Falem com as suas crianças sobre o mês da Bíblia e o que é MOSTRA BÍBLICA.
Esse texto foi tirado do Blog Paulinos. http://www.blogpaulinos.com/
Fiquem com Deus!!!