11 de dezembro de 2013

A MODA E A SOCIEDADE

A nossa moda tem que ser: seguir Cristo


Monsenhor Paulo Daher
Vigário Geral da Diocese de Petrópolis


Em todas as idades, lugares, culturas, o ser humano gosta de imitar os outros.

Começamos cedo, bebês, crianças, por necessidade de crescimento, imitando a voz, o jeito, o modo de rir, as reações dos nossos familiares.

Ser diferente, fazer o que quero, contrário do que os outros falam, pensam e fazem, parece às vezes que temos algum problema de relacionamento. Na vida social, temos necessidade na convivência de fazer coisas iguais aos outros.

Precisamos de um conjunto de atitudes iguais para reforçar o sentido do lugar e do momento. Às vezes é necessário para convencer o público da necessidade do uso. Por exemplo, no campo da saúde, as vacinas.

E alguns gestos ou reações são comuns. Após uma apresentação feliz de uma peça de teatro ou musical, todos batemos palmas.

Conforme culturas, cores que se usam, trazem um sentido próprio. O tipo de trajes em geral pode condizer com a situação. Não gostamos de manter por muito tempo maneira igual de ser e agir. Gostamos de mudar, de testar outras formas diferentes. Somos atraídos por novidades, para sairmos da rotina ou como se diz, da “mesmice”.

Os meios de comunicação que estão muito a serviço da sociedade de consumo, estudam as reações das pessoas frente às necessidades do que eles propõem vender. E sabem muito bem explorar com precisão a técnica que chame à atenção de seus teleouvintes ou leitores para atingir seus objetivos.

Vários elementos favorecem sermos envolvidos pelas mudanças ou pelo que a moda quer impor: a vaidade, a beleza, as aparências, a força física, o ridicularizar os que não querem seguir. Por isso toda esta apresentação inteligente e atraente vai e vem. Não usa a lógica existencial, mas a da utilidade do servir aos interesses dos produtores.

Em todos os campos a propaganda do que se quer impor tem um lugar de destaque. A saúde tem lucrado bastante. A alimentação e os remédios variam muito. Nem sempre há sinceridade nos objetivos das pesquisas.

Nesta dança dos atrativos tudo entra em jogo. Coisas boas, úteis, necessárias. Aproveitando nossas fraquezas como acima apresentamos. Lamentamos nesta corrida de concorrência comercial, por exemplo, em relação à moda das vestes, que sejam esquecidas as necessidades e facilidades das modas populares.

Seja em relação às pessoas que são apresentadas, sejam a quem se dirige a propaganda. Dá-se às vezes um espaço nobre, considerável, na televisão ou nas promoções eventuais, para modas inacessíveis até para a grande maioria das pessoas. Modas que raríssimas pessoas usarão, em muito poucas ocasiões.

E o povão fica a ver navios.

Há muita necessidade, até por direito de cidadania que aqueles (a maioria) que poderiam conhecer moda boa e acessível não tenham chance de vê-la.

Isso até facilitaria a venda de muitos produtos.

Uma empresária sabendo da necessidade que as pessoas “gordas” têm de se sentirem à vontade nas compras de suas roupas, criou a Loja das Gordinhas. Falava-me da alegria e satisfação que elas mostravam e do à vontade, sem sentir nem um ridículo.

 Todos temos o direito de sermos nós mesmos sem precisar de imitar ninguém. E quando o conjunto for necessário, optarmos por participar com os outros. 


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