14 de fevereiro de 2012

O SINAL E O HOMEM

Uma rápida crônica sobre o movimento de pedestres e automóveis nas ruas de nossas cidades mostra a grande fragilidade que representa o homem perante a máquina e o homem-máquina, digamos assim. Mário Quintana, escreveu em  ´Sinal Vermelho `, com muita propriedade e senso critico: “Em certos trechos da cidade, a sinaleira do tráfego não é automática, mas humana, isto é, há um homem a distribuir a seu bel-prazer os verdes e os vermelhos. Mas eis que aquele homem de profissão humilde dá preferência aos que possuem automóvel – e que, exatamente por andarem mais depressa, podem esperar um pouco mais -, de modo que nós, os pedestres como ele, temos que aguardar um tempo enorme  até que se nos abra o sinal verde. E às vezes ao frio, ao vento, à chuva. Concluirei daí que a máquina é mais humana do que o homem? Não, ele é que é humano mesmo. E quem foi que falou em puxa-saquismo? O que se pode concluir, com justeza, é que a máquina é mais democrática”.
Em algumas cidades, mesmo com o sinal automático, existe nas ruas o auxílio luxuoso do guarda de trânsito ou do guarda municipal, que ajudam a descomplicar o trânsito (ou pelo menos eles tentam) em conjunto com a máquina. Às vezes, eles atrapalham porque enfiam os pés pelas mãos e mandam (o verbo é este mesmo) parar o trânsito quando o sinal está verde para o automóvel e vice-versa, sem bom senso. O que causa mais estranheza é que os engenheiros de trânsito estudaram os movimentos de fluxo, para nada, porque na hora h, quem administra a confusão ou a cria, é o homem com o apito na boca. Para falar a verdade, no final mesmo, eles ajudam porque alguns motoristas egoístas e espertos se posicionam bem no meio de pistas que cruzam, criando um rolo danado na rua. Um verdadeiro absurdo, desrespeitoso com o seu irmão, tio, avô, mãe, irmã e filha. As máquinas (automóvel e sinal) muitas vezes pagam o pato em razão da insensatez humana.  

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